16h44

Por Jornal Tribuna - Bastos / Iacri

Na manhã de ontem, 24 horas depois de divulgar oficialmente que a cidade registrara seus três primeiros casos suspeitos do novo coronavírus, a Vigilância em Saúde de Bastos comunicou que dois deles já haviam sido descartados.

Portanto, até a conclusão desta página, na manhã de ontem, o único caso suspeito de Covid-19 na cidade que seguia sob investigação era o de um homem de 30 anos que procurou uma das unidades locais da rede básica de saúde, na tarde de terça-feira, 10 dias depois de ter voltado de viagem ao México. Ele apresentava três dos mais comuns sintomas da doença: febre, tosse e coriza.

No comunicado transmitido ao vivo na página da Prefeitura no Facebook, na manhã de ontem, a diretora de Vigilância em Saúde, enfermeira Andréia Guirau de Oliveira, disse que três homens, apresentando sintomas semelhantes aos da doença, se dirigiram a unidades de Saúde da Família (USF) na tarde de terça-feira e no mesmo dia foram notificados como suspeitos de terem contraído coronavírus.

Em entrevista à Tribuna logo após a “live” exibida no Facebook, a diretora contou que logo após o atendimento, as unidades colheram sangue dos três suspeitos. As amostras foram enviadas, no dia seguinte, ao Instituto Adolfo Lutz para a realização de exame de detecção de covid-19. Mas ainda de acordo com a diretora, “na tarde do mesmo dia, uma médica infectologista da Regional de Saúde de Marília, que nos dá suporte, avaliou os casos e descartou dois deles, por não se enquadrarem nos critérios técnicos como suspeitos”.

Andreia Guirau de Oliveira ressaltou que a única amostra colhida em Bastos e enviada ao Instituto Adolfo Lutz foi a do homem que viajou ao México. “Agora esta é a única notificação suspeita de coronavírus na cidade em investigação”, reforçou. Revelou ainda que dos outros dois, um testou positivo para dengue e o outro estava com gripe.

Isolamento

A diretora de Vigilância em Saúde destacou que tanto o suspeito de ter contraído Covid-19 quanto os outros dois cujos casos suspeitos foram descartados para essa doença foram orientados a ficarem em isolamento domiciliar, por 14 dias, que é o período de quarentena preconizado para coronavírus.

Até terça-feira, era de 20 a 30 dias a previsão do Instituto Adolfo Lutz para a emissão do resultado de teste para a doença. Como ontem a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou mais oito testes – seis que usam amostras de sangue e dois que retiram secreções das vias respiratórias (nariz e garganta) – a estimativa é que esse período de espera seja significativamente reduzido.

Em coletiva de imprensa na manhã de terça-feira, também transmitida ao vivo na página da Prefeitura no Facebook, o médico Luiz Carlos Barufatti, auditor da Secretaria Municipal de Saúde, orientou que as pessoas com os mesmos sintomas desse caso suspeito não devem procurar as unidades de Saúde da Família (USF), conforme preconiza o protocolo para a doença. “Enquanto o paciente estiver com febre, coriza e tosse, por exemplo, não precisa se dirigir à rede básica. Isso porque em torno de 80% dos infectados pelo coronavírus têm somente sintomas similares ao de um resfriado, uma gripe. Então, nesse caso, a pessoa deve ficar em casa, em isolamento, por 14 dias, e é importante que se alimente bem e esteja sempre bem hidratada para manter a imunidade alta”.

Ainda de acordo com o médico, só deve procurar imediatamente uma USF o paciente que tem esses sintomas agravados ou começarem a ter dificuldade para respirar, o que é característico na Covid-19.

Na coletiva de imprensa, a diretora informou que o Hospital de Bastos dispõe de três aparelhos de ventilação mecânica para atender simultaneamente pacientes com o quadro mais grave da doença.

Período de Transmissão

Segundo o Ministério da Saúde, “o período médio de incubação da infecção por coronavírus é de 5,2 dias, com intervalo que pode chegar até 12,5 dias (...)”.

Ainda de acordo com a pasta, “dados preliminares do Novo Coronavírus (2019-nCoV) sugerem que a transmissão possa ocorrer, mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas. Até o momento, não há informação suficiente que defina quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus”.