09h42
Por: cbj.com.br
A Seleção Brasileira de Judô terminou o primeiro dia do Campeonato Pan-Americano e Oceania Sênior com 100% de aproveitamento nos pódios. Todos os nove atletas que competiram nesta sexta-feira (25), saíram do Centro de Desportos de Contacto, em Santiago, no Chile, com medalha. Foram cinco ouros, duas pratas e dois bronzes conquistados, além da liderança provisória do Brasil no quadro geral de países da competição.
Confira abaixo tudo o que aconteceu:
Natasha Ferreira garante primeiro título continental da carreira
Quem faturou a primeira medalha dourada brasileira no Pan-Americano foi Natasha Ferreira (-48kg), que veio de campanha com três vitórias para chegar à final do peso ligeiro.
Nas oitavas, ela não precisou lutar, já que a mexicana Kassandra Espinoza não se apresentou para o combate. Nas quartas, passou pela venezuelana Laura Vasquez com um ippon e, na semifinal, ganhou de Mary Dee Vargas, uma das principais atletas do Chile no Circuito Mundial, com um yuko no golden score.
Na final, Natasha teve pela frente a estadunidense Maria Celia Laborde, e dominou o combate, forçando três punições à adversária (3-0). Esse foi o primeiro título pan-americano dela, que vem de um quinto lugar na edição de 2024, realizada no Rio de Janeiro.
Michel Augusto é bicampeão pan-americano
Na segunda final do dia, o ligeiro Michel Augusto (60kg) garantiu o bicampeonato consecutivo no Pan-Americano. Em 2024, no Rio, ele foi campeão pela primeira vez e, agora, em Santiago, confirmou o segundo título continental da carreira e a terceira medalha internacional no ano.
Para chegar à final da categoria, Michel primeiro passou por Tylor Collin, do Canadá, com um ippon nas oitavas de final. Nas quartas, venceu o equatoriano Jhonathan Benavides por yuko e, na semi, o mexicano Arath Juares com uma chave-de-braço no golden score.
Na final, o brasileiro refez a disputa de bronze do Grand Prix da Áustria, a qual saiu vitorioso, contra o cubano Jonathan Charon. Outra vez, ele levou a melhor e venceu o adversário com um belo ippon.
Ronald Lima estreia no Pan Sênior com medalha de ouro
O terceiro ouro do Brasil foi conquistado por Ronald Lima (-66kg), estreante no Pan-Americano Sênior. O santista de apenas 20 anos venceu quatro lutas no dia e comemorou o primeiro título continental da carreira entre adultos.
Nas oitavas, fez Anderson Pol Guelle, da República Dominicana, bater em um estrangulamento bem encaixado. Nas quartas, mandou o argentino Joaquin Tovagliari para a repescagem. E, na semifinal, passou pelo equatoriano Lenin Preciado por ippon.
Na final da categoria, Ronald jogou na tática, impondo bom volume de luta e de entradas, e forçou três punições por falta de combatividade a Diego Calix, de El Salvador.
Estrante no Pan, Shirlen Nascimento leva ouro do 57kg
A quarta medalha dourada para o Brasil veio com a paranaense Shirlen Nascimento (-57kg). Em 2024, ela foi campeã pan-americana com a equipe brasileira e, neste ano, competiu no individual pela primeira vez já com o título de campeã.
Ela estreou com vitória por yuko e waza-ari sobre a mexicana Renata Ortiz, nas oitavas de final. Em seguida, nas quartas, passou pela peruana Marian Flores, por ippon e, na semifinal, pela compatriota Bianca Reis, também com um ippon.
Na final, Shirlen trabalhou bem a parte tática e forçou três punições à Mariah Holguin, dos Estados Unidos.
Nauana Silva vence número cinco do mundo e é campeã continental pela primeira vez
O quinto e último ouro brasileiro no dia também veio no feminino, com Nauana Silva (-63kg), que teve pela frente uma chave difícil.
Nas oitavas, a brasileira estreou bem, vencendo a argentina Iara Figueroa nas punições (3-0). Em seguida, nas quartas, enfrentou a compatriota Rafaela Silva, campeã olímpica na Rio 2016, e levou a melhor nas punições (3-2).
Já na semifinal, Nauana lutou contra a cubana Maylin Del Toro Carvajal, campeã dos dois últimos Jogos Pan-Americanos e destaque do meio-médio no cenário internacional. A brasileira conseguiu um waza-ari no meio da luta e administou bem o placar até o fim do cronometro.
Na final, a paulista de 22 anos teve pela frente a canadense Catherine Beauchemin-Pinard, atual número cinco do mundo e medalhista olímpica em Tóquio 2020, e anotou um waza-ari ainda no primeiro minuto de combate, conseguindo administrar bem o placar até o fim do relógio.
Essa foi a primeira medalha de ouro dela na competição. Em 2024, ela foi vice-campeã no Rio de Janeiro.
Daniel Cargnin e Jéssica Pereira têm retorno internacional prateado
Outros dois brasileiros chegaram às disputas finais nesta sexta-feira (25), e ficaram com a prata.
No masculino, o 2x medalhista olímpico Daniel Cargnin (73kg) competiu internacionalmente pela primeira vez após os Jogos de Paris 2024 e já garantiu medalha.
Ele estreou com vitória por waza-ari no cubano Marlon Herrera, nas oitavas de final. Nas quartas, passou por Ronal Gonzalez, do Panamá, nas punições, e, na semifinal, pelo dominicano Antonio Tornal por ippon.
Com a medalha já garantida, o gaúcho enfrentou o estadunidense Jack Yonezuka na final. Ele começou bem, forçando duas punições por passividade ao adversário. Mas, no golden score, acabou imobilizado por cinco segundos, tempo suficiente para a pontuação mínima no placar (yuko).
Enquanto isso, no feminino, Jéssica Pereira competiu pela primeira vez no ano após um tempo afastada dos tatames. Campeã do Troféu Brasil e do Campeonato Brasileiro Sênior em 2024, ela foi dispensada da Seletiva Nacional e garantiu vaga direta para o Pan-Americano.
Na competição, a carioca estreou direto nas quartas de final, e venceu a estadunidense Jenna Schurr por ippon. Na semifinal, passou pela argentina Agustina Lahiton com um yuko e um ippon.
Já na final, Jéssica acabou sendo projetada em yuko, no golden score, pela canadense Evelyn Beaton, após um tempo regulamentar marcado por muita disputa no solo.
Bianca Reis e Rafaela Silva são bronze
Além das sete finais disputadas, o judô brasileiro ainda teve outras duas atletas disputando a medalha de bronze em Santiago.
No -57kg, Bianca Reis fez dobradinha com a campeã Shirlen Nascimento. A brasiliense de 19 anos, estreante em Pan Sênior e campeã do Pan Júnior no último fim de semana, estreou com vitória por waza-ari nas oitavas de final, contra a guatemala Shelly Lopez.
Nas quartas, ela passou pela australiana Tinka Easton por ippon, e, na semifinal, teve revés diante da compatriota Shirlen Nascimento, com um yuko e um ippon.
Mas, na disputa de bronze, Bianca voltou a vencer e projetou a equatoriana Astrid Gavidia em um ipponzaço, garantindo a medalha de bronze.
Na categoria acima, Rafaela Silva (-63kg) faturou sua primeira medalha internacional em nova categoria de peso.
Primeiro, ela passou por Qona Christie, da Nova Zelandia, nas oitavas, com um yuko e dois waza-ari. Depois, teve revés nas punições contra Nauana Silva. E, na repescagem, venceu a canadense Laurence Biron com dois waza-ari.
Na disputa de bronze, Rafa teve pela frente a colombiana Cindy Mera, e conseguiu um ippon para sagrar a vitória.
Disputas seguem neste sábado
O Brasil volta a entrar no tatame do Campeonato Pan-Americano e Oceania neste sábado (26), com mais nove atletas. Vão representar o país Luana Carvalho (70kg), Beatriz Freitas (78kg) e Beatriz Souza (+78kg), no feminino, e Gabriel Falcão (81kg), Luan Almeida (81kg), Giovani Ferreira (90kg), Rafael Macedo (90kg), Leonardo Gonçalves (100kg) e Rafael Buzacarini (+100kg), no masculino.
As preliminares começam a partir de 12h30 (horário de Brasília), com o bloco final às 17h. Os sites judotv.com e panamsportschannel.org fazem a transmissão ao vivo dos combates.