07h14
Por Beatriz Jarins, Paulo Piassi, g1 Presidente Prudente e Região
Uma semana após o afogamento que causou a morte de dois irmãos de 4 anos em uma chácara de Dracena (SP), na noite de sábado (20), a mãe de Yasmin de Morais Brito contou ao g1 detalhes sobre o que aconteceu no momento do acidente.
Andressa Morais, madrasta das crianças e atual esposa do pai delas, acompanhava os irmãos durante a confraternização que antecedeu a morte deles e agora lida com o luto pela perda da filha e do enteado, com quem tinha forte vínculo afetivo.
Momento do acidente
Segundo Andressa, ela havia ido buscar comida para as crianças enquanto o pai delas se ausentou por alguns minutos para buscar a avó em outra confraternização.
“As crianças estavam tão empolgadas que não queriam sair da piscina para ir em casa se arrumar e retornar ao amigo secreto. Então, meu esposo foi em casa buscar minha vó e nossas roupas”, relembra.
Antes disso, Andressa conta que havia retirado os irmãos da piscina, removido as boias e enxugado as crianças, que aguardavam para comer. “Fui ajudar a organizar a mesa quando escutei um grito. Uma das pessoas percebeu que os dois tinham caído na piscina. Foi tudo muito rápido, algo que até hoje não consigo entender.”
Momento do resgate
Assim que percebeu o ocorrido, Andressa diz que pulou na piscina para retirar os filhos e iniciou manobras de primeiros socorros.
“Eles vomitaram água, estavam com pulsação, mas desacordados”, relata.
O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados. Um morador que passava pelo local ouviu os pedidos de socorro, entrou na chácara e ajudou nas tentativas de reanimação.
“Ele entrou, nos ajudou, orou junto com a gente. Todos clamamos a Deus. Foi desesperador. No mesmo instante, meu esposo chegou e, vendo a cena, ficou desesperado. Pegamos nossos filhos e corremos para o carro”, conta.
Segundo Andressa, esse homem também foi quem dirigiu o carro da família até o hospital. “Ele foi um anjo. Não sei quem ele era, mas só tenho a agradecer. Ele tentou, assim como todos nós.”
No caminho, a família encontrou uma viatura de resgate, que assumiu o atendimento. As duas crianças deram entrada na unidade de saúde ainda com vida, mas não resistiram.
“Eu estava esperando ouvir ‘mãe, eles estão bem, foi só um susto’... mas não", lamenta.
Dor da perda
“Foi horrível e eu não desejo isso para ninguém. Eu não perdi só a Yas eu perdi o Gael. Os dois eram tudo para mim. Eu sempre cuidei tão bem deles, sempre os protegi, mas dessa vez não consegui salvá-los”, lamenta.
Segundo ela, Yasmin era uma menina doce, carinhosa e protetora. “Ela era cuidadora e protetora. Contagiava a todos desde sempre. Desde o primeiro dia de vida até o último."
Gael, conforme a madrasta, era um menino esperto e muito afetuoso. “Tão carinhoso. Ele me chamava de mamãe, falava que me amava e eu me sentia tão feliz por ter ele. Eles eram gêmeos de barriga separada, como eu costumava dizer.”
Em entrevista ao g1, Joice Silva, mãe de Gael, também destacou o forte vínculo entre os irmãos.
“Ele era muito apegado à irmã Yasmin. Uma menina doce, meiga e amorosa. Dois anjinhos que foram morar com o Senhor”, afirmou.
Ainda segundo Joice, a tragédia abalou profundamente as duas famílias. “É uma dor que ainda não consigo mensurar. São perdas imensas.”
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