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Bastos

Surto de virose congestionou o Pronto-Socorro de Bastos

24 de Agosto de 2021

16h01

Fonte: Jornal Tribuna de Bastos

Um surto de virose de quatro dias de duração aumentou expressivamente o movimento do Pronto-Socorro Municipal e do Hospital de Bastos, entre domingo (8) e quarta-feira (11).

No período, em torno de 80 pacientes procuraram o Pronto-Socorro, apresentando dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e, em muitos casos, febre, conforme levantamento das notificações feita pelo setor de enfermagem. Somente na terça-feira (10), quando ocorreu o pico do surto, a unidade recebeu mais de 40 pessoas com esses sintomas.

Entrevistado pela Tribuna, o clínico geral Sérgio Martins Parreira disse que só ele atendeu no Hospital de Bastos em torno de 10 pacientes com a mesma virose, alguns dos quais tiveram que ser hospitalizados devido à desidratação. “O que acometeu esse pessoal foi uma gastroenterocolite (inflamação do tubo digestivo, incluindo estômago e intestino) de origem viral, conforme atestaram os exames que colhemos. Mas todos tiveram quadro leve e evoluíram rapidamente para a cura”, afirmou.

A Tribuna apurou com enfermeiras do Pronto-Socorro que inicialmente algumas pessoas manifestaram a suspeita de que o surto poderia ter sido causado pela água, hipótese descartada tanto pelo médico do Hospital de Bastos quanto pela diretora de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, Andréia Guirau de Oliveira. Ambos afirmaram que as condições climáticas atuais favorecem a virose.

Transmissão e Prevenção

“Essa conjunção de baixíssima umidade relativa do ar com a elevação da temperatura, típica desta época do ano, aumenta as partículas em suspensão e favorece a multiplicação do vírus, que se transmite pelo ar, chegando às vias respiratórias, ingestão de alimentos mal lavados, compartilhamento de utensílios, como copos, bombas de tereré, entre outros”, explicou Sérgio Martins Parreira.

O médico acentuou que para se prevenirem do contágio as pessoas devem ingerir bastante líquido, notadamente água e sucos naturais, lavar cuidadosamente as mãos antes de alimentarem-se, lavar bem verduras, legumes e frutas e não compartilhar utensílios.

O clínico geral recomendou ainda que ao surgimento dos sintomas dessa gatroenterocolite o paciente deve procurar imediatamente o serviço público de saúde ou médico particular de sua preferência.

Andreia Guirau de Oliveira também comentou que a estiagem combinada com calor é mais propícia à transmissão do vírus. Destacou que para ajudar a população a se prevenir dessa virose, as unidades da rede básica de saúde estão distribuindo hipoclorito de sódio aos usuários. “Essa solução, também conhecida por água sanitária ou cândida, usada com baixa concentração, conforme orientamos os pacientes, é recomendada para desinfetar bico de mamadeira, alimentos e até quintais por ser eficiente no combate ao vírus causador desse surto”, realçou.

Controle Rigoroso

A diretora de Vigilância em Saúde negou que a alta incidência dessa virose tenha sido causada pela água. “A Sabesp mantém um rigoroso controle de qualidade, reforçado pela Prefeitura, que uma vez por mês submete amostras ao Instituto Adolfo Lutz para análise”, frisou, acrescendo que, “se o problema tivesse sido causado pela água, que todo mundo consome, em vez de dezenas, milhares de pessoas procurariam os serviços de saúde ao mesmo tempo”.

Procurada pela Tribuna, a unidade local da Sabesp disse que faz análises diárias do Ph, flúor e cloro da água e que semanalmente amostras locais são analisadas pelo laboratório da Superintendência Regional da empresa, em Presidente Prudente, que é acreditado no Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).