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Região

Dois atletas adamantinenses são convocados para as Olimpíadas de Paris

10 de Julho de 2024

06h52

Por: Siga Mais

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) anunciou nesta segunda-feira (8) a lista dos 43 atletas do país classificados à Olimpíada de Paris – 19 mulheres e 24 homens. Entre os convocados estão dois adamantinenses que atuam profissionalmente no atletismo: Izabela Rodrigues da Silva (IEMA/São Caetano do Sul) vai representar o Brasil no lançamento de disco e Lucas Marcelino dos Santos (Esporte Clube Pinheiros) vai disputar o salto em distância.

Nos Jogos Olímpicos em Tóquio (2021) Izabela competiu e se tornou a primeira brasileira a disputar uma final olímpica do lançamento do disco. Ao final ficou na 11ª colocação da prova, com a marca de 60,39 m.

De acordo com a CBAt, 15 atletas garantiram presença em Paris ao conseguirem o índice olímpico, mas a maioria carimbou o passaporte por meio de pontuação no ranking mundial da World Athletics (federação internacional da modalidade). A janela de pontuação chegou ao fim em 30 de junho.

Até o momento, o Brasil totaliza 278 atletas confirmados nos Jogos de Paris, com abertura em 26 de julho. As provas de atletismo ocorrerão no período de 1º a 11 de agosto.

Atletas começaram atletismo na escola, em Adamantina

A atleta olímpica Izabela da Silva era aluna do ensino fundamental na Escola Estadual Prof. Durvalino Grion, em Adamantina. Na quadra esportiva, em meio às atividades de educação física, seu movimento, estrutura e interesse foram percebidos pelo olhar do professor Pedro Milanezi.

Identificada a habilidade, ela foi encaminhada por Milanezi para treinar com o colega, professor Domingos Carmo Rocetão, em atividades de iniciação ao atletismo desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer.

Na modalidade, ela se destacou e deixou Adamantina para treinar em São Paulo. Na capital, começou a fazer também o lançamento de disco. Em 2014 obteve destaque na modalidade e foi campeã no mundial que aconteceu na cidade de Oregon.

Em 2019, o treinamento foi intensificado com o objetivo de disputar as olimpíadas de Tóquio que aconteceriam em 2020. Em virtude da pandemia e das restrições impostas no estado de São Paulo, Izabela treinou nos estados do Paraná e de Santa Catarina e a Olimpíada foi adiada para 2021.

No final de 2020, a atleta teve uma lesão e os médicos afirmaram que ela seria submetida a realização de uma cirurgia, o que fez com que Izabela desanimasse e até cogitasse desistir do esporte, mas felizmente não foi o que aconteceu.

Já em 2021, em fevereiro, os treinos foram retomados e a atleta participou do GP de atletismo na Argentina. Na competição, conquistou a marca de 56,00 e lá ela teve a confirmação de que seria possível disputar as olimpíadas.

Depois da competição, Izabela intensificou o treinamento e venceu o sul-americano que aconteceu no Equador com a sua melhor marca de 62,18 metros o que a credenciou para participar das Olimpíadas chegando na final e obtendo o 11º lugar e sendo a primeira brasileira a participar de uma final olímpica no lançamento de disco.

Em agosto de 2021, após retornar do Japão, Izabela esteve em Adamantina em um reencontro com familiares e amigos, e com suas origens no atletismo.

Lucas começou no atletismo na Escola Municipal Navarro de Andrade, estimulado pelo professor Mauro. Já em outro momento como estudante foi aluno da Escola Estadual Durvalino Grion, e continuou a ser estimulado a praticar o esporte, pelo professor Pedro Milanezi. Nessa fase começou a frequentas a pista de atletismo da ACREA, fase em que foi assistido pelo professor Domingos Rocetão.

Nessa fase, na ACREA, Lucas passou a treinar sob uma rotina e metodologia, sobretudo para ampliar seu desempenho e aptidões no atletismo, onde ganhou destaque, inicialmente, nas provas de velocidade, até descobrir o salto em distância. “Antes de dedicar ao salto, passei por todas as provas”, contou o atleta ao SIGA MAIS, em outubro de 2021, quando esteve na cidade revisitando suas origens após bater recorde em salto à distância na maior competição esportiva universitária da América Latira. A conquista foi na 68ª edição dos JUBs (Jogos Universitários Brasileiros), que aconteceu naquele mês em Brasília.

Na sua imersão no atletismo, Lucas contou que não se dedicava aos treinos, mas gostava de competir. Movido a desafios, a cada desempenho positivo nas competições se motivava a fazer mais e melhor, e a se superar. Com isso, começou a treinar de forma mais sistemática e conquistar prêmios e espaço profissional no atletismo.

Em outubro de 2021, ao SIGA MAIS, Lucas fez uma menção especial aos três professores que atuaram na sua formação de base, em Adamantina. “Posso afirmar que se a iniciativa por parte deles não tivesse ocorrido, eu não teria contato com esse esporte”, destacou. Depois da base, o desempenho de Lucas foi reconhecido pelo técnico Nelio Alfano Moura, que passou a treiná-lo. Nelio é treinador bicampeão olímpico de atletismo em salto em distância.

Ainda em 2021, logo após o término das Olimpíadas de Tóquio, e também celebrando o desempenho da conterrânea Izabela da Silva, Lucas Marcelino traçou os atuais Jogos Olímpicos de Paris como uma meta. “Como meu esporte é olímpico, a Olimpíada é o ápice”, disse. Porém, pôs-se ponderado, a batalhar essa oportunidade um dia após o outro, e frisou que a próxima competição da sua agenda esportiva sempre é a mais importante. “A competição que preciso me dedicar é a próxima”, disse. Vencendo uma a uma, conquistando destaques no podium em diferentes competições e o índice olímpico, agora prepara suas malas para Paris.